Homem é preso por armazenar imagens de abuso sexual infantil e participar de grupos de pedofilia na internet
Um homem de 38 anos foi preso em Boa Vista, nesta terça-feira (15), por armazenar imagens de abuso sexual infantojuvenil. O mandado de prisão preventiva é um desdobramento da operação Lobo Mau, realizada em outubro de 2024.
De acordo com a titular da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), Jaira Farias, o suspeito foi alvo da operação nacional deflagrada em 31 de outubro. Na ocasião, a Polícia Civil de Roraima, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, em São José do Rio Preto, e a Polícia Civil paulista, cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma residência no bairro Caçari, em Boa Vista.
No local, foram apreendidos um notebook, três celulares, três unidades de estado sólido (SSDs) e quatro pendrives, que foram encaminhados para análise do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil. Uma parte do material foi destinada ao Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (ICPDA).
Esta semana, os trabalhos periciais foram concluídos e no laudo foi possível concluir que o homem, alvo da operação, possuía diversos arquivos em um celular relacionados à pedofilia.
Segundo a delegada, o investigado tem um histórico de crimes relacionados à dignidade sexual contra menores de idade e, em 2020, foi condenado em regime fechado a mais de 24 anos por estupro de vulnerável. Ele recorreu da sentença, tentando uma redução da pena, e o processo ainda segue em tramitação.
Resultado
Segundo a delegada, o resultado das perícias revelou um volume elevado de dados no dispositivo móvel pertencente ao investigado com vasto conteúdo explícito de exploração sexual infantil, acessado em horários incomuns, no período da madrugada.
Além dos arquivos dispostos no aparelho físico, foram encontrados aplicativos de armazenamento em nuvem, como o TЯндекс Диск (Yandex Disk) e MEGA (mega.privacy.android.app), que servem para armazenamento de material sexual envolvendo crianças e adolescentes, podendo servir inclusive para compartilhamento ou comercialização.
“No caso específico da pasta contida no TЯндекс Диск [Yandex Disk], o alvo tinha acesso a inúmeros materiais dessa natureza. No dispositivo móvel, também há pelo menos 553 grupos/comunidades no aplicativo Telegram de compartilhamento de material voltados à pedofilia, contendo vídeos e imagens com cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Os grupos/canais possuem as seguintes temáticas: ‘languages gay’; ‘vídeo gay’; ‘família incesto’; ‘experiências gay com crianças’ e ‘mães e filhos’. Um material extremamente criminoso”, detalhou Jaira Farias.
A delegada representou pela prisão preventiva do acusado, para garantir as ordens pública e econômica, assegurar a aplicação da lei penal e a conveniência da instrução processual, “considerando que o perfil dele deixa absolutamente claro a falta de escrúpulos e potencial de cometer novos delitos”.
“Podemos constatar que o material encontrado se enquadra no que dispõe o Art. 241-A: oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente’; e no Art. 241-B: adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”, da Lei nº 11.829/2008, do Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA]”, explicou a delegada.
O homem, localizado e preso no bairro Caranã, foi encaminhado à sede da DPCA para a formalização da prisão e, em seguida, apresentado na audiência de custódia.
Operação Lobo Mau
Em 2024, a operação cumpriu 94 mandados de busca e apreensão e um de prisão. As diligências foram realizadas em todos os estados. Em Roraima, teve como objetivo desarticular uma rede criminosa de exploração sexual infantil com alcance nacional.
