Selic a 11,25%: Brasil cai para 3º maior juro real do mundo, mesmo após Copom elevar ritmo de alta
O Brasil caiu para o terceiro lugar no ranking mundial de juros reais, mesmo após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic de 10,75% para 11,25% nesta quarta-feira (6) — alta de 0,50 ponto percentual (p.p.). O juro real é de 8,08% ao ano, mostra levantamento do Portal MoneYou.
O país está abaixo apenas de Turquia (15,18%) e Rússia (12,19%). Na sequência, aparecem México (6,50%), Indonésia (4,61%) e Colômbia (4,36%).
Segundo projeções, o Brasil continuaria na terceira posição se o Copom tivesse optado por altas de 0,25 p.p. ou de 0,75 p.p. Nesses casos, no entanto, os juros reais do país seriam de 7,99% ou 8,29%, respectivamente.
A taxa real é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, via coleta do relatório Focus do Banco Central (BC), de 4,30%, e da taxa de juros DI do próximo ano no vencimento mais líquido — novembro de 2025.
Em termos nominais, com a Selic a 11,25%, os juros brasileiros ocupam a quarta colocação. O país está abaixo de Turquia (50%), Argentina (35%) e Rússia (21%), e acima de México (10,50%), Colômbia (9,75%) e África do Sul (8%).
Por que o Copom elevou a Selic a 11,25%?
Segundo o Copom, “o cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista”.
Os diretores reforçaram o impacto da política fiscal na trajetória da monetária.
“O comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.”
Além disso, mudaram suas expectativas para a inflação. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 passou de 4,3% para 4,6%, acima do teto da meta — de 4,5%.
Com informações do InfoMoney