Segunda das nove vítimas encontradas em cemitério clandestino em Boa Vista é identificada pela Polícia Civil
A Polícia Civil de Roraima identificou a segunda vítima entre os nove corpos encontrados em uma área de mata em Boa Vista, resultado de uma investigação pericial em andamento no Instituto de Medicina Legal (IML). Trata-se do venezuelano Nestor Policarpo Petruce Rodriguez, de 34 anos, que estava desaparecido desde 24 de dezembro de 2024. As informações foram divulgadas pela PCRR nesta terça (4).
A primeira vítima identificada foi a venezuelana Noelis Del Valle Cana, de 38 anos, que estava desaparecida desde 8 de novembro de 2024. Assim como a dela, a identificação de Nestor ocorreu por meio da análise da arcada dentária.
“Os familiares estiveram no instituto no início do ano, pois ele desapareceu em dezembro. Realizamos todo um trabalho de confronto com as informações fornecidas pelos familiares da vítima e, através da arcada dentária obtida por fotos e vídeos, identificamos o corpo, que estava em esqueletização”, detalhou Marcela Campelo, diretora do IML.
Ainda segundo a diretora do IML, a causa da morte da vítima foi choque hemorrágico, devido a um ferimento causado por arma branca. O corpo foi liberado para os familiares ainda na sexta-feira.
“Estamos com as equipes empenhadas em identificar as demais vítimas e, para isso, contamos com o apoio dos familiares para comparecer ao IML, apresentando documentos odontológicos e fotografias”, disse.
O caso
Em 20 de janeiro, a Polícia Militar, durante um atendimento a uma pessoa que supostamente estaria fugindo de um grupo criminoso, localizou os corpos na Rua Três Marias, que fica numa área de mata na divisa dos bairros Pricumã e Cinturão Verde, na zona oeste de Boa Vista. A Polícia Civil foi acionada e o trabalho integrado resultou na localização de cinco corpos.
Ao longo do dia 22, foi realizada uma varredura no local e, além dos cinco corpos encontrados, foram descobertas as ossadas de mais quatro pessoas dentro de uma manilha concretada, em uma área de difícil acesso, o que exigiu uso de máquinas pesadas para a retirada dos restos mortais.
Duas pessoas foram presas em flagrante, acusadas de ocultação de cadáver, associação criminosa e ameaça. As investigações para esclarecer as mortes na Delegacia Geral de Homicídios (DGH) incluem análises minuciosas dos vestígios encontrados no local, das perícias realizadas pelo Instituto de Criminalística e o IML, além de diligências para identificar as vítimas e reconstituir a dinâmica dos homicídios.
Paralelamente, a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco) instaurou inquérito policial para apurar se as mortes foram ordenadas ou executadas por organizações criminosas.