Roraima bate recorde de queimadas no Brasil nos primeiros quatro meses de 2024
Com mais de 17 mil focos de incêndios em quatro meses, o Brasil teve este ano o pior quadrimestre de queimadas desde 1998, quando os índices passaram a ser contabilizados no País. Foram exatas 17.182 queimadas de 1º de janeiro a 30 de abril, um aumento de 81% em relação ao mesmo período de 2023, quando houve 9.473, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). A Amazônia representa mais da metade dos registros.
Em 2002 tinham sido 8.096. O recorde anterior havia sido em 2003, quando houve 16.888 focos no primeiro quadrimestre.
Por Estado, o maior número de queimadas foi registrado em Roraima, com 4.609 focos, alta de 281% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram 1.209. O Estado que abriga o terra indígena yanomami, tem fronteira com a Venezuela, país recordista em incêndios no quadrimestre.
Em março deste ano, o governo de Roraima decretou situação de emergência em 14 dos 15 municípios em razão da seca. De acordo com o decreto, o período prolongado de chuvas abaixo da média causava prejuízos à agricultura e pecuária, incêndios florestais e danos aos animais, à floresta e à população. O decreto autorizou a contratação de pessoal para atender à “necessidade temporária e excepcional”.
O Mato Grosso passou de 1.975 para 4.131, alta de 109%. Em terceiro lugar, o Pará subiu de 576 para 1.058, aumento de 83%, seguido pela Bahia, que passou de 864 para 995 (15%) e Mato Grosso do Sul, que foi de 356 para 961 (169%). Já o Amapá teve o menor número de focos: apenas 6, redução de 40% em relação aos 10 focos no mesmo período de 2023.
No ranking sul-americano, o Brasil está atrás apenas da Venezuela, que teve 36.667 focos, e é seguido pela Colômbia, com 11.923. Na segunda-feira, 29, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima declarou estado de emergência ambiental em razão do calor e da seca em18 Estados brasileiros e no Distrito Federal.
A Amazônia, nosso bioma mais representativo, responde por mais da metade das queimadas (52,2%) no quadrimestre, com 8.977 registros. O Cerrado, segundo em extensão, teve 4.575 (26,6%). Na Mata Atlântica foram detectados 1.768 (10,3%) e no Pantanal, 653 (3,8%) – estes dois biomas são os ecossistemas mais ameaçados do País. A Caatinga teve 1.127 focos (6,6%) e o Pampa gaúcho, 82 (0,5%) segundo dados do Inpe.
*Com informações do jornal O Estado de S.Paulo
Fonte: FolhaBv