Policiais militares e civis prendem suspeitos de torturar e matar jovem em Baliza

Dois suspeitos de tortura e assassinato de uma jovem foram presos no sul de Roraima, conforme informou a Polícia Civil nesta terça (26). Eduarda de Oliveira de Aguiar, de 19 anos, desapareceu na quinta-feira (21) em São João da Baliza e foi encontrada morta na manhã de sábado (23) em uma vala, com o corpo oculto por folhas de bananeira. Ainda de acordo com a PCRR, o crime está ligado ao tráfico de drogas.

Os presos têm 18 e 43 anos. Houve ainda a apreensão de um adolescente de 15. Os três são apontados pela policia como autores da execução de Eduarda Aguiar.

De acordo com o delegado Hans Hellebrandt, a vítima foi vista pela última vez em um local conhecido por “atividades ilícitas”. Ele instaurou inquérito policial para esclarecer as circunstâncias do crime e a identidade de todos os autores do homicídio.

Segundo testemunhas, o assassinato ocorreu em represália porque ela teria repassado informações à Polícia Militar, que resultaram na prisão de um membro da facção criminosa à qual os investigados pertencem.

Informações iniciais da família indicaram que a vítima poderia estar na casa do homem de 43 anos, conhecido como “Menon”. Familiares dela afirmam ter sido ameaçados por ele quando tentaram acessar o local e acionaram a PM.

Contudo, a investigação confirmou que Eduarda não estava viva e que foi assassinada com “extrema violência”, incluindo enforcamento e mutilação, uma vez que cortaram sua língua.

O Ministério Público de Roraima (MPRR) representou pela prisão preventiva dos envolvidos e a Justiça deferiu.

Prisões

Em 23 de novembro, policiais civis prenderam ‘Menon’. Em seguida, numa ação integrada com a Polícia Militar, detiveram o suspeito de 18 anos, apelidado de “Cavalo”. Um dia depois, o adolescente de 15 anos foi apreendido por uma equipe da Polícia Civil.

A Justiça também decretou a prisão preventiva de outro participante do homicídio que ainda não foi localizado.

Depoimentos e reconstituição

Testemunhas relataram que Eduarda foi morta dentro da casa de Menon, local onde frequentemente usava drogas. As investigações apontam que o adolescente de 15 anos apreendido foi quem planejou todo o crime. Ele é irmão da pessoa que teria sido presa, supostamente por causa das informações da vítima. 

O crime foi planejado na casa de ‘Cavalo’, onde todo o grupo se reuniu para acertar os detalhes da execução. Menon é apontado como quem “armou casinha”, ou seja, atraiu a jovem até sua residência, que fica em frente à casa de ‘Cavalo’.

No local da execução, ele conta que usou drogas com Eduarda e, depois, saiu e a deixou trancada. Em seguida, o adolescente e mais dois homens foram ao imóvel, onde a torturaram e a executaram.

Um dos suspeitos confessou ter somente cedido a casa para que o crime fosse planejado, mas que não participou da execução. Disse também ter visto o corpo da vítima em uma vala nos fundos da residência de Menon.

Com base nos depoimentos e evidências, a Polícia Civil continua as diligências para esclarecer a participação de outros envolvidos no crime.