Novo plano de ação prevê reduzir impactos da dengue e outras arboviroses em Roraima
Para diminuir os casos e mortes por arboviroses no próximo período sazonal no Brasil, o Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (18), um plano de ação para redução dos impactos dessas doenças. Até o momento, em 2024, o país contabiliza 6,5 milhões de casos prováveis de dengue e 5,3 mil óbitos. Em Roraima, houve 625 registros sem morte no período, além de 19 prováveis de zika, 45 de chikungunya e 276 confirmados de oropouche.
Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, que também aponta 6,5 mil casos prováveis de zika, 256,2 mil de chikungunya e mais de 8 mil casos confirmados de oropouche em todo o país.
O documento foi construído com a participação de pesquisadores, gestores e técnicos dos estados e municípios, além de profissionais de saúde que atuam na ponta, em contato direto com as comunidades e que conhecem de perto os desafios em cada região do país, com atenção às de maior vulnerabilidade social.
O anúncio do plano de ação aconteceu no Palácio do Planalto com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da ministra da Saúde, Nísia Trindade. O documento está baseado nas evidências científicas mais atualizadas, novas tecnologias e representa um pacto nacional para o enfrentamento dessas doenças.
‘Estreita parceria’
O objetivo é apresentar ações que serão coordenadas pelo Ministério da Saúde em estreita parceria com estados e municípios e colaboração de instituições públicas e privadas, bem como de organizações sociais.
O programa de redução dos impactos das arboviroses trabalha em seis eixos de atuação com foco para implementação no segundo semestre do ano – quando todas as condições climáticas são favoráveis ao aumento de casos: prevenção; vigilância; controle vetorial; organização da rede assistencial e manejo clínico; preparação e resposta às emergências; comunicação e participação comunitária.
Durante o período intersazonal, ou seja, no intervalo entre os picos de casos, serão intensificadas as ações preventivas, com retirada de criadouros do ambiente e a implementação das novas tecnologias de controle vetorial. Também será feita uma força-tarefa de sensibilização da rede de vigilância para a investigação oportuna de casos, coleta de amostras para diagnóstico laboratorial e identificação de sorotipos circulantes.
Está prevista, ainda, a organização de fluxos da rede assistencial, revisão dos planos de contingência locais, capacitação dos profissionais de saúde para manejo clínico, gestão dos estoques de inseticidas, insumos para diagnóstico laboratorial e assistência ao doente.
Para o período sazonal, caso ocorra nova alta sensível de casos, estão previstas medidas estabelecidas no plano de contingência, focadas sobretudo no fortalecimento da rede assistencial para redução das hospitalizações e óbitos evitáveis.
São prioritárias as ações relacionadas ao manejo clínico adequado, seguro e executado em tempo oportuno, além da organização dos serviços. Nesse período, as ações de vigilância devem priorizar a coletiva de amostras para exames específicos com foco em casos graves e investigação oportuna de óbitos.
Atuação nas periferias e regiões de maior vulnerabilidade social
O Ministério da Saúde vai expandir o uso de Estações Disseminadoras de Larvicida para controle do Aedes aegypti, transmissor da dengue, nas periferias brasileiras. A estratégia, desenvolvida e coordenada por pesquisadores da Fiocruz Amazônia, foi testada e aprovada com resultados comprovados em 14 cidades brasileiras, de diferentes regiões, nas quais foi aplicada entre 2017 e 2020.
A armadilha atrai as fêmeas do mosquito que, ao pousarem no recipiente para colocar seus ovos, são impregnadas com o larvicida. Quando visitam os criadouros, os contaminam com o inseticida. O resultado é a redução no desenvolvimento de larvas. A lista preliminar tem 17 municípios de todas as regiões do país.
O que são arboviroses
As arboviroses são um grupo de doenças virais que são transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos. A palavra arbovirose deriva de arbovírus, que significa “vírus transmitido por artrópodes”.
Essas enfermidades podem causar uma variedade de sintomas, desde febre leve até complicações mais sérias, sendo algumas delas potencialmente fatais. Os principais vetores das arboviroses são os mosquitos, em particular, os gêneros Aedes, Culex, Anopheles e pelo inseto do gênero Orthobunyavirus.
Eles se tornam portadores ao picar uma pessoa infectada e, subsequentemente, passam o vírus para outras pessoas durante suas picadas. Entre as arboviroses mais conhecidas, destacam-se a dengue, zika, chikungunya, oropouche e febre amarela.