Motorista é indiciado por homicídio doloso após conclusão de inquérito sobre morte de massoterapeuta
A Polícia Civil concluiu, nesta terça-feira (27), o inquérito sobre o acidente que resultou na morte do massoterapeuta Agnaldo da Silva Santos, de 55 anos, ocorrido no início da madrugada de 12 de janeiro deste ano. O relatório final foi encaminhado ao Ministério Público de Roraima (MPRR) e o acusado, de 28 anos, foi indiciado por homicídio doloso (quando há a intenção de matar).
O acidente envolvendo o veículo dirigido pelo acusado e a motocicleta conduzida pela vítima ocorreu no bairro Caimbé, zona oeste de Boa Vista. Agnaldo trafegava pela Avenida Princesa Isabel, com destino ao Centro, e o jovem, pela Rua Dico Vieira. Ao tentar fazer uma conversão à esquerda para a avenida, ele avançou a sinalização de “Pare” e bateu frontalmente com a moto. Em seguida, fugiu do local, sem prestar socorro. O massoterapeuta morreu em março no Hospital Geral de Roraima (HGR), onde esteve internado desde que foi atropelado.
Segundo a delegada que presidiu as investigações, Ariane Grisólia, foram realizadas diligências e oitivas e, após laudo pericial, foi constatado que o acusado conduzia o veículo de forma imprudente, invadindo a preferencial e sem observar a sinalização, e ainda apresentava visível estado de embriaguez, segundo relatos de testemunhas.
A investigação revelou também que os faróis do veículo estavam desligados, o que, para a delegada, demonstra “total indiferença e irresponsabilidade no trânsito”.
Outro ponto confirmado por testemunhas era sobre a embriaguez do motorista que, inclusive, estava em uma reunião de amigos, momentos antes, que confirmaram a versão de que ele estava ingerindo bebida alcóolica. Imagens de câmeras o mostram, logo após o acidente, retirando uma caixa térmica do bagageiro do carro.
“Com isso, a conclusão a que se chega é que, de fato, o investigado estava conduzindo o veículo sob a influência de álcool”, destacou a Ariane Grisólia.
Com o resultado das investigações, no entendimento da delegada, o motorista, ao conduzir o veículo de maneira imprudente (avançando a preferencial e com faróis apagados), sob a influência de álcool, sem carteira de habilitação e fugir, sem ao menos prestar socorro à vítima, agiu com completa indiferença em relação ao resultado do acidente.
“Com a soma de tais condutas, o investigado não se importou com o que poderia advir – e, por isso, assumiu o risco do resultado. Por agir assim, fica claro, a cabo das investigações iniciadas na DAT [Delegacia de Acidentes de Trânsito], que ele merece responder por homicídio doloso – com dolo eventual – ao invés de se imputar o crime culposo previsto no Código de Trânsito”, destacou.
Com o indiciamento do acusado, a Polícia Civil encerra as investigações e o caso agora segue para a Justiça.