Morte de macaco infectado em Alto Alegre leva governo a alertar municípios sobre risco de transmissão da febre amarela
A Secretaria Estadual de Saúde emitiu, nesta sexta-feira (18), um alerta aos 15 municípios de Roraima para que intensifiquem as ações de vigilância quanto à circulação do vírus da febre amarela. A medida foi tomada após a confirmação da morte de um macaco infectado em Alto Alegre, no norte do Estado.
De acordo com a Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, as investigações começaram em agosto deste ano, quando o órgão foi notificado pelo Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste (Dsei-L) sobre a descoberta da morte do animal na Comunidade Indígena Raimundão.
“Recebemos o diagnóstico laboratorial de um PNH [primata não humano] de uma comunidade indígena de Alto Alegre, muito próxima à área urbana do município, encontrado morto em agosto. Houve essa epizootia, e uma equipe do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue foi até o local. É uma região pertencente ao Dsei Leste, mas a equipe estadual foi até lá, coletou material desse animal, que foi enviado ao laboratório do Instituto Evandro Chagas, referência na região”, esclareceu a gerente do núcleo, Rosângela Santos.
Ela destacou que as epizootias são ferramentas importantíssimas, pois ajudam as vigilâncias do Estado e dos municípios na implementação de ações para controlar os riscos de transmissão da febre amarela.
“A ocorrência de epizootias antecede uma possível transmissão da febre amarela, sinalizando a circulação do vírus. Esse diagnóstico reforça o alerta para que as pessoas se vacinem”, explicou.
A epizootia é a ocorrência de adoecimento ou morte em um indivíduo ou mais em uma população animal.
Casos importados
Além da confirmação da epizootia em Alto Alegre, as autoridades de saúde também estão vigilantes quanto à fronteira em Bonfim, devido a duas confirmações de febre amarela silvestre oriundas da Guiana.
As recomendações enviadas aos municípios também orientam os gestores das secretarias municipais de saúde a intensificarem campanhas que sensibilizem a população sobre a necessidade de se proteger contra a doença por meio da vacinação.
“Essas duas situações, os casos confirmados oriundos da Guiana e a epizootia confirmada em primata não humano em Alto Alegre, são fatores de grande relevância para que o Estado entre em alerta quanto à possível ocorrência de febre amarela silvestre. A vigilância de epizootias e a cobertura vacinal estão sendo intensificadas nos municípios, com foco principalmente naquelas pessoas que frequentam as matas, realizam atividades ligadas ao turismo ecológico, praticam caça e pesca ou são adeptas de caminhadas e trilhas, pois estão mais expostas ao risco de infecção pelo vírus”, ressaltou.