IFRR promove oficina para despertar vocações e incentivar participação de estudantes negros nas ciências
Para estimular a sistematização de conhecimentos e experiências antirracistas por meio da valorização da cultura afro e de pessoas negras com destaque na ciência e no pensamento nacional, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) promove, nesta quarta-feira (25), a 1ª Oficina de Saberes Afrocientistas 2024.
O evento, aberto ao público, ocorre a partir das 14h, no auditório do Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO) do IFRR. É necessário se inscrever para receber certificado. As inscrições podem ser feitas no link https://suap.ifrr.edu.br/eventos/inscricao/488/
Inédito em Roraima, o Afrocientista está na quinta edição e é realizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), por meio do Consórcio Nacional de Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Grupos Correlatos (Conneabs), com parceria do Instituto Unibanco e do Ministério da Educação (Secadi/MEC).
O projeto tem uma abordagem interdisciplinar que visa despertar a vocação científica e incentivar talentos na iniciação científica em ciências humanas, sociais, naturais e suas tecnologias por meio da oferta de informações e metodologias inovadoras que inspirem estudantes afro-brasileiros do ensino médio, especialmente de escolas públicas.
Em Roraima, conta com estudantes bolsistas de ensino médio da Escola Estadual Mário David Andreazza e do Colégio Estadual Militarizado Profª Elza Breves de Carvalho – CEM I, e do ensino médio integrado ao técnico e do curso superior do IFRR.
Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi)do IFRR, professor Marcos Antônio de Oliveira, a participação do instituto é fundamental para a luta antirracista no Estado.
“Somos a única instituição a participar desse projeto que pretende trazer as temáticas da negritude e da identidade indígena como foco de reflexões nas instituições envolvidas e replicá-las em outros espaços”, disse.
Conforme o professor Amarildo Ferreira Júnior, membro associado da ABPN que atua como orientador no projeto, sua execução irá contribuir para a construção, junto aos participantes, de reflexões sobre as possibilidades de produção de conhecimento científico, de ensino e de extensão pautada em epistemologias oriundas do pensamento social negro e em conhecimentos, saberes e tecnologias locais que pouco têm sido reconhecidos.
“Especialmente em Roraima, onde há uma sistemática dominância de uma concepção calcada na mestiçagem e em perspectivas assimilacionistas e multiculturalistas das expressões que orientam as relações sociais neste Estado. Estive recentemente no Congresso Nacional de Pesquisadores Negros [Copene], também organizado pela ABPN, e pude ter contato com equipes do projeto de outros estados e com a coordenação nacional do Afrocientista, quando pude receber um kit de materiais a serem utilizados nas atividades do programa e verifiquei a riqueza de possibilidades de ações “, concluiu.
Veja a programação da oficina:
14h às 15h – Dinâmica de apresentação
15h – Exibição Websérie Afrocaminhos | Episódios: 1. Descobrir-se negro: o papel da escola no reconhecimento racial 2. Escola antirracista: representatividade importa
15h30 – Roda de Conversa Texto-base: Educação antirracista no lugar Roraimî, de Amarildo Ferreira Júnior
16h – Formulação do Cronograma de Ações – Afrocientista 2024