Faz mal tirar a parte mofada do morango e comer o resto da fruta?

Já aconteceu de você comprar uma caixa de morangos e ao abrir encontrar alguns mofados? Neste caso, você joga fora ou corta a parte mofada e come o restante? Saiba se esta pratica é segura e o que especialistas contam.

Em uma matéria publicada pelo “The New York Times”,  Benjamin Chapman, professor e especialista em segurança alimentar da Universidade Estadual da Carolina do Norte, afirma que, no caso da caixa de morangos ou de qualquer outra fruta, a melhor coisa é observar bem cada unidade contida no recipiente para decidir sobre o provável descarte. 

“Se a embalagem estiver manchada por uma ou duas frutas mofadas, ‘não jogue tudo fora'”, disse Chapman. Em vez disso, ele recomenda descartar as mofadas e examinar cuidadosamente as vizinhas (da caixa, é claro!) em busca de bolor, que, no caso do morango, por exemplo, geralmente aparece em torno de uma contusão ou no local de fixação do caule.

As demais frutas da caixa é aconselhável comer logo, segundo o especialista, porque esporos de mofo remanescentes podem se espalhar e desenvolver bolor em um ou dois dias. A dica, então, é comer as delícias “sobreviventes” o mais rápido possível!

Em entrevista ao G1, Uelinton Pinto, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), reitera o pensamento de Benjamin Chapman. Segundo Uelinton, quando algumas frutas estão emboloradas na caixa, nem sempre todas iniciaram o processo de deterioração simultaneamente.

“O amolecimento do morango, por exemplo, é decorrente da produção de enzimas pectinolíticas pelos fungos, que acabam liberando água e tornando o aspecto da fruta desagradável. Neste caso, toda fruta amolecida deve ser descartada”, explica. 

Uma fruta deteriorada poderá contaminar outras que estejam por perto. O pesquisador da USP explica que isso não é um processo tão rápido. “Muitas vezes encontramos na fruteira uma laranja que começou a mofar, mas as outras ainda estão em bom estado, e é possível verificar a textura pelo toque, pois a fruta boa estará firme. A deteriorada vai estar amolecida.”Como podemos fazer para que os fungos e mofos demorem mais tempo para “atacar” nossas frutas? Carina Oliveira, ouvida por “HZ”, garante que é importantíssimo mantermos seu estado de conservação.

“Algumas são pouco resistentes ao calor do meio ambiente e precisam ser colocadas na geladeira. A temperatura é um importante fator conservante. Também é preciso mantê-las longe da umidade. Para isso, opte por embalagens que vedam bem”, explica.

Refrigerar alimentos é um “mantra” igualmente defendido por Catiene Chieppe. “Frutas também devem ser mantidas sob refrigeração. Para conservá-las, a dica é mantê-las na geladeira, preferencialmente na parte destinada para isso: a gaveta. Algumas, como maçãs e bananas, podem ficar alguns dias fora do refrigerador (embora isso dependa do clima de sua cidade). Caso opte por deixá-las em uma fruteira, lembre-se de borrifar um pouco de água todos os dias para evitar que desidratem e estraguem rapidamente”, adianta Chieppe.

Para ajudar a se livrar de fungos, mofos e bolores, também é preciso higienizar os alimentos assim que chegarem do mercado. Carina Oliveira aconselha que fazer a higienização correta das frutas ajuda a livrá-las de toxinas e impurezas.

“Elas podem ser higienizadas com um litro de água e uma colher de sopa de hipoclorito de sódio. Deixe de molho por dez minutos. Também podemos usar duas colheres de sopa de vinagre de álcool com um litro de água. Para essa fórmula, é aconselhado reservar por 20 minutos”, complementa.

Em caso de frutas mais firmes, é possível retirar a parte mofada e aproveitar o restante, mas se o bolor estiver muito espalhado pelo tecido da fruta, o melhor é descartá-la. A presença de mofo sugere contaminação não apenas por fungos indesejáveis, mas também por bactérias nocivas, como listeria ou salmonela.

Todavia, se deve tomar cuidado, não sabemos como estão por dentro, podendo contem toxinas fúngicas, então consumir esse produto intoxicado pode causar vômitos, alergias, diarreia, dores abdominais e intoxicação alimentar, podendo levar até a casos mais graves e internação.

Uma dica é cortar a fruta mantendo dois centímetros de distância do mofo e, na hora do corte, nunca toque com a faca na parte mofada, para não contaminar o restante do alimento.

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