ALE-RR promete recursos para manutenção da Uerr após rumores sobre fechamento do campus de Rorainópolis

O presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR), Soldado Sampaio (Republicanos), e o vice-presidente, Jorge Everton (União), participaram de uma reunião no plenário da Câmara Municipal de Rorainópolis, no sul do Estado, neste domingo (4), para tratar do futuro do campus da Universidade Estadual de Roraima (Uerr) no município.

O encontro foi motivado por rumores sobre o possível encerramento das atividades e suspensão dos cursos regulares ofertados pela instituição, o que preocupa vereadores, moradores da região e professores que atuam na universidade, responsável por atender estudantes de Rorainópolis e de municípios vizinhos.

Atualmente, o campus oferece quatro cursos regulares e atende apenas 92 alunos, número significativamente inferior aos 400 matriculados originalmente. Além disso, há mais de dois anos não é realizado vestibular para a região.

Para garantir a continuidade do ensino superior no interior do Estado, a Assembleia Legislativa se comprometeu a buscar alternativas para incluir as demandas no orçamento estadual de 2026.

“Tivemos um diálogo produtivo. O reitor nos garantiu que o campus de Rorainópolis não será fechado. Pelo contrário, há o compromisso da reitoria de ampliar a oferta de cursos. A Assembleia está à disposição para construir, dentro do orçamento do próximo ano, meios para interiorizar ainda mais o ensino superior com foco nas demandas locais”, afirmou Soldado Sampaio.

Jorge Everton também reforçou a importância do diálogo entre os principais envolvidos.

“É fundamental ouvir professores e a reitoria para compreendermos a situação atual e definirmos caminhos viáveis para fortalecer a universidade no interior”, completou.

Durante a reunião, o coordenador do Colegiado Interdisciplinar da Uerr, Edgard Zanette, destacou o caráter multicampi da instituição e alertou para o fechamento de unidades em municípios como Pacaraima, São João da Baliza, Bonfim, Caroebe, Iracema e até em áreas de Boa Vista. Segundo ele, a ausência de vestibulares no interior precisa ser revista com urgência.

“A falta de vestibulares fora da capital é grave. Toda seleção precisa contemplar também o interior. Além disso, não tivemos cerimônia de colação de grau nessas unidades em 2022, 2023 e 2024, o que impede que esses estudantes celebrem suas conquistas”, ressaltou Zanette.

O reitor da Uerr, Cláudio Travassos Delicato, negou a possibilidade de fechamento e informou que a proposta é readequar os cursos ofertados, com base na demanda local.

“Em 2016, tínhamos cerca de 400 alunos; hoje, são apenas 92. Isso mostra que os cursos atuais podem ter deixado de atender às necessidades da região. Vamos dialogar com a comunidade para realinhar a oferta de cursos e atrair novos estudantes”, explicou.

Essa foi a terceira reunião na Câmara Municipal para tratar do tema. O presidente da Casa, vereador Marcinho (Progressistas), reforçou a importância da universidade para o desenvolvimento do município. “A Uerr já ofertou mais de 15 cursos aqui. Estamos há dois anos sem vestibular e com estrutura precária. Por isso, buscamos o apoio da Assembleia Legislativa, que trouxe a reitoria para essa discussão essencial.”