Casal é preso na zona oeste de Boa Vista por homicídio; vítima era padrasto de suspeita

O desdobramento de uma investigação que teve início em 1º de dezembro de 2024 para esclarecer a morte de Maxoel dos Santos Oliveira, de 44 anos, levou a Polícia Civil a cumprir, nesta quinta-feira (6), um mandado de busca e apreensão e dois de prisão temporária de suspeitos do crime, uma jovem, de 22 anos, e seu marido, de 21. Eles foram presos no Residencial Vila Jardim, localizado no bairro Cidade Satélite, zona oeste de Boa Vista.

De acordo com Jean Daniel, da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), que presidiu as investigações, após a morte de Maxoel dos Santos, inicialmente, testemunhas relataram à Polícia Civil que a vítima teria sido atacada na rua ao voltar do atendimento a um cliente – já que trabalhava com conserto de celulares – e que sofreu oito facadas em uma tentativa de latrocínio.

“Com a história apresentada pelas testemunhas, os policiais passaram a investigar um possível acerto de contas envolvendo uma facção criminosa. No entanto, as investigações da DGH apontaram que o crime ocorreu dentro do apartamento da vítima, no Residencial Vila Jardim, e foi motivado possivelmente por uma briga familiar”, disse o delegado.

Ainda segundo Jean Daniel, as apurações indicaram possível envolvimento da filha da companheira de Maxoel e seu marido. Os nomes dos investigados não foram revelados.

“Eles levaram a vítima ao hospital, alegando o suposto latrocínio. No entanto, os dois suspeitos do crime e a companheira do acusado, ao serem ouvidos na delegacia, entraram em contradição em alguns detalhes que nos levaram a aprofundar ainda mais as investigações. Com isso, conseguimos esclarecer, por meio de outras testemunhas, que a vítima foi esfaqueada dentro do apartamento, após uma discussão familiar, durante uma bebedeira”, detalhou o delegado.

Vestígios

Durante a operação desta quinta-feira, os policiais apreenderam celulares e outros objetos mencionados no inquérito policial instaurado, além de encontrar a possível arma do crime. Com o uso de luminol, peritos do Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (ICPDA) constataram vestígios de sangue em diversos pontos do apartamento, reforçando os depoimentos colhidos.

“Além de esclarecer a dinâmica do crime, a operação teve por objetivo obter novas provas e laudos periciais que subsidiem o inquérito”, destacou titular da DGH.

O casal foi encaminhado à sede da delegacia, onde teve a prisão formalizada, e será apresentado na manhã desta sexta-feira (7) na audiência de custódia.

“O caso segue sob a responsabilidade da DGH e será encaminhado à Justiça assim que todas as diligências forem concluídas e esclarecermos toda a dinâmica do crime e sua autoria”, detalhou Jean Daniel.

A ação policial foi coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), por meio da DGH, e contou com o apoio de três equipes operacionais, incluindo a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e o Grupo de Resposta Tática (GRT).

A operação contou também com o apoio de uma equipe do Departamento de Inteligência (Deint) da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).