Polícia identifica terceira das nove vítimas enterradas em cemitério clandestino em Boa Vista
O Instituto Médico Legal (IML) identificou, nesta quarta-feira (5), a terceira das nove vítimas encontradas em um cemitério clandestino na divisa dos bairros Pricumã e Cinturão Verde, na zona oeste de Boa Vista. Trata-se do venezuelano Daniel Jesus Vargas Natera, de 28 anos. Não há registros na Polícia Civil de boletim de ocorrência relatando seu desaparecimento. As informações foram divulgadas nesta quinta (6).
A primeira vítima identificada foi a venezuelana Noelis Del Valle Cana, de 38 anos, que estava desaparecida desde 8 de novembro. A segunda foi o também venezuelano Nestor Policarpo Petruce Rodriguez, 34, cujo desaparecimento foi registrado em 24 de dezembro.
Assim como os outros dois, Daniel Jesus Vargas Natera também foi identificado pela odontologia legal.
De acordo com Marcela Campelo, diretora do IML, as três vítimas foram oficialmente identificadas após a análise pericial da arcada dentária.
Ainda segundo Marcela, a causa da morte de Daniel Jesus foi similar às demais: choque hemorrágico devido a um ferimento causado por arma branca. O corpo foi liberado ainda nesta quarta-feira para os familiares.
A diretora do IML enfatizou novamente a importância do comparecimento de familiares de pessoas desaparecidas para apresentar os documentos necessários que auxiliem nas investigações para esclarecer as identidades das vítimas.
Entenda o caso
Em 20 de janeiro, a Polícia Militar, durante um atendimento a uma pessoa que supostamente estaria fugindo de um grupo criminoso, localizou os corpos na Rua Três Marias, que fica numa área de mata na divisa dos bairros Pricumã e Cinturão Verde, na zona oeste de Boa Vista. A Polícia Civil foi acionada e o trabalho integrado resultou na localização de cinco corpos.
Ao longo do dia 22, foi realizada uma varredura no local e, além dos cinco corpos encontrados, foram descobertas as ossadas de mais quatro pessoas dentro de uma manilha concretada, em uma área de difícil acesso, o que exigiu uso de máquinas pesadas para a retirada dos restos mortais.
Duas pessoas foram presas em flagrante, acusadas de ocultação de cadáver, associação criminosa e ameaça. As investigações para esclarecer as mortes na Delegacia Geral de Homicídios (DGH) incluem análises minuciosas dos vestígios encontrados no local, das perícias realizadas pelo Instituto de Criminalística e o IML, além de diligências para identificar as vítimas e reconstituir a dinâmica dos homicídios.
Paralelamente, a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco) instaurou inquérito policial para apurar se as mortes foram ordenadas ou executadas por organizações criminosas.