Aliados e rivais criticam proposta de Trump de Estados Unidos assumirem controle da Faixa de Gaza
Donald Trump afirmou que os EUA irão “assumir o controle” da Faixa de Gaza e que os palestinos deveriam deixar a região permanentemente. Países aliados e adversários rejeitaram prontamente a ideia do presidente americano.
Durante um encontro com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca nesta terça-feira (4), Trump afirmou que “todos” os 2,2 milhões de palestinos em Gaza deveriam “ser reassentados”.
“Os EUA irão assumir o controle da Faixa de Gaza, e nós faremos um trabalho com isso também. Seremos responsáveis por desarmar todas as bombas não detonadas e outras armas no local”, afirmou ele.
O Egito, a Jordânia e outros aliados americanos no Oriente Médio já haviam rejeitado a sugestão de realocar os palestinos, após Trump citar a possibilidade no fim de janeiro.
Outro importante parceiro dos Estados Unidos na região, a Arábia Saudita reiterou, nesta quarta-feira (5), a “posição firme, constante e inabalável” a favor da criação de um Estado palestino independente e a “rejeição absoluta à violação dos direitos legítimos do povo palestino”.
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, disse nesta quarta que o país apoia há muito tempo a solução de dois Estados no Oriente Médio e que não houve mudança no posicionamento. A Austrália é um dos mais importantes aliados dos Estados Unidos na região da Ásia-Pacífico.
O grupo Hamas, que deu início à guerra na Faixa de Gaza ao invadir o território de Israel, em outubro de 2023, disse que a proposta de Trump é a “receita para criar caos e tensão na região”.
Nos Estados Unidos, políticos de oposição atacaram a sugestão de Trump. O senador democrata Chris Coons (Delaware) disse que as declarações de Trump são “ofensivas e insanas e perigosas e tolas”.
A deputada democrata Rashida Tlaib (Michigan) acusou Trump de promover a ideia de “limpeza étnica” ao sugerir o reassentamento de toda a população de Gaza.
Com informações de InfoMoney/Estadão Conteúdo