Suspeito de comprar votos com apoio do tráfico, Genilson Costa é reeleito presidente da Câmara de Boa Vista
O vereador Genilson Costa (Republicanos) foi reeleito nesta quarta-feira (1º) para a presidência da Câmara Municipal de Boa Vista (CMVB). Ele é investigado e chegou a ser preso pela Polícia Federal por suspeita de comprar votos com apoio do tráfico de drogas.
Genilson foi reeleito com os votos de 14 dos 23 vereadores da cidade. Ele derrotou Aline Rezende (PP), que recebeu 9 votos. O mandato de Genilson à frente da Casa compreende o biênio 2025-2026. O vereador irá para o terceiro mandato seguido na presidência da câmara. Quando acabar o período, ele terá completado seis anos seguidos no comando da Casa.
Genilson foi preso em 18 de dezembro na Operação Martellus, da PF. Além dele, a PF prendeu o subcomandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Francisco das Chagas Lisboa. De acordo com as investigações, eles teriam utilizado R$ 1 milhão na compra de votos na eleição municipal.
Líder de esquema
De acordo com as investigações, Genilson Costa contava com apoio de agentes públicos, incluindo o subcomandante da PM, que o manteria informado sobre denúncias recebidas sobre a compra de votos investigada. Ele teria recebido dinheiro do tráfico para disputar a presidência da câmara. O inquérito policial aponta ainda que o vereador teria “patrocínio” de traficantes para exercer as atividades como vereador.
Solto dois dias após prisão
Genilson Costa dexou a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) dois dias após ser preso pela PF. Segundo decisão da desembargadora Tânia Vasconcelos, do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), as medidas de busca e apreensão tinham sido efetivamente concluídas e não havia necessidade de o vereador ser mantido encarcerado.
Após a soltura, a defesa do vereador afirmou, em nota distribuída a veículos de imprensa, que a decisão do TRE “corrigiu uma injustiça praticada contra o presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, restabelecendo a sua liberdade”. Procurada pela reportagem à época das prisões, a assessoria de Genilson Costa não se manifestou, e a defesa do coronel Francisco das Chagas não foi localizada.
Prisão no dia das eleições
Costa já havia sido preso em 6 de outubro, quando uma busca e apreensão conduzida pela PF identificou a prática de diversos crimes eleitorais, culminando na sua prisão em flagrante por corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e por ter ouro em forma bruta em sua residência, o que é crime.
Em audiência de custódia, um dia depois, a Justiça de Roraima decidiu converter em preventiva a prisão do parlamentar, mas, em 10 de outubro, o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) anulou a decisão.
Organização criminosa
Genilson é investigado por suspeita de integrar um esquema de tráfico de drogas. O Ministério Público de Roraima (MPRR), que o denunciou à Justiça no fim de 2023, afirma que as negociações criminosas eram feitas em seu gabinete na Câmara Municipal.
Ele e outras oito pessoas foram alvo da Operação Tânatos, deflagrada pela PF em 2022, que investigou uma organização criminosa especializada em tráfico interestadual. Conforme as investigações, Genilson Costa colaborava com o esquema colocando à disposição do grupo veículos para o transporte das drogas. À época, ele negou todas as acusações.
Com informações do Uol