‘Queda consistente’: desemprego recua a 6,1% e renova mínima da série histórica

A taxa de desemprego do Brasil recuou a 6,1% no trimestre até novembro, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador estava em 6,6% nos três meses até agosto, que servem de base de comparação.

Ao marcar 6,1%, a taxa renovou a mínima da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Até então, o menor patamar havia sido registrado no trimestre até outubro de 2024, quando a desocupação foi de 6,2%.

O novo resultado veio em linha com a mediana das projeções do mercado financeiro, que também era de 6,1%, conforme a agência Bloomberg.

O número de pessoas ocupadas com algum tipo de trabalho (formal ou informal) chegou a 103,9 milhões até novembro. Assim, renovou mais uma vez o recorde da série, afirmou o IBGE.

A população ocupada aumentou 1,4% frente ao trimestre até agosto (mais 1,4 milhão de pessoas). Na comparação com um ano antes, o avanço foi de 3,4% (mais 3,4 milhões).

O chamado nível da ocupação também renovou a máxima da pesquisa. Foi calculado em 58,8% até novembro deste ano.

O indicador mede o percentual de pessoas de 14 anos ou mais que estão trabalhando ante a população total da mesma faixa etária. O recorde anterior (58,7%) havia sido registrado no trimestre até outubro.

Já o número de desempregados no Brasil foi estimado pelo IBGE em 6,8 milhões até o mês passado. É o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014, de acordo com o órgão. O número era de 7,3 milhões até o último mês de agosto.

A população desocupada reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse grupo nas estatísticas oficiais.

Aquecimento

Segundo economistas, a trajetória de redução do desemprego reflete, principalmente, o aquecimento da atividade econômica, que veio, em parte, ligado a medidas de estímulo do governo federal.

“O consumo das famílias acaba gerando uma demanda maior por bens e serviços que precisam ser providos. O mercado de trabalho tem respondido positivamente com a expansão do número de trabalhadores”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

Ela destaca ainda que o cenário até novembro não é tão diferente do registrado anteriormente pelo instituto, citando resultados como a manutenção da queda do desemprego e da alta da ocupação.

“O movimento de 2024 é bem consistente”, avaliou.

Adriana ainda disse que a tradicional abertura de vagas temporárias de final de ano pode ter contribuído no trimestre até novembro. O período é marcado pela movimentação da Black Friday e pela preparação para o Natal e o Ano-Novo.

No grupo de atividades que envolve o comércio, o IBGE apontou aumento de 196 mil ocupados ante agosto. Adriana, porém, mencionou que a abertura de vagas temporárias não fica restrita ao varejo.

Segundo a pesquisadora, esse movimento também pode ser sentido em atividades “auxiliares” do comércio eletrônico, como armazenagem e transporte de cargas.

Na indústria, a ampliação da população ocupada chegou a 309 mil pessoas ante agosto.

Outros destaques, em termos absolutos, foram a construção (mais 269 mil) e o setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (mais 215 mil).

Com informações da Folha de São Paulo