‘Caso solto, há risco elevado de dificultar investigações’, afirma juiz ao manter preso presidente da Câmara de Boa Vista

Em audiência de custódia nesta segunda-feira (7), a Justiça de Roraima decidiu converter em preventiva a prisão do presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos). Ele foi preso em flagrante no domingo (6) por suspeita de compra de votos. Na casa do parlamentar, policiais federais apreenderam documentos com informações de possíveis eleitores, além de armas, munições, ouro e cerca de R$ 26 mil em espécie.

A decisão é do juiz eleitoral Ângelo Augusto Mendes. O vereador, que foi reeleito no domingo com 3.744 votos, permanece preso na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc).

A prisão preventiva tem por finalidade evitar que o preso cometa novos crimes ou prejudique o andamento do processo, destruindo provas, ameaçando testemunhas ou fugindo.

A defesa de Genilson Costa destacou, durante a audiência de custódia, que os supostos delitos cometidos pelo seu cliente não representam grave ameaça e pediu a liberdade provisória, reforçando não haver necessidade de mantê-lo preso.

O juiz Ângelo Mendes ressaltou a existência de “indícios suficientes de autoria” contra o vereador e citou ainda seus antecedentes.

“Caso permaneça solto, há um risco elevado de que o réu possa dificultar as investigações, ocultar provas ou evadir-se, prejudicando a efetividade do processo penal. A apreensão ocorreu no contexto de crime eleitoral, que tem um impacto direto no processo democrático e na confiança pública das instituições, agravando a necessidade de manutenção da ordem pública através da prisão preventiva. Além disso, verifica-se que Genilson Costa e Silva possui algumas anotações na sua folha de antecedentes criminais e está respondendo a uma série de procedimentos investigatórios”, enfatizou o juiz.

Prisão 

A prisão de Genilson foi desdobramento de uma operação da PF realizada sábado (5), quando 14 pessoas foram presas em flagrante por crimes eleitorais. As investigações apontaram que o presidente da Câmara de Boa Vista estava envolvido na compra de votos.

Organização criminosa

Genilson é investigado por suspeita de integrar um esquema de tráfico de drogas. O Ministério Público de Roraima (MPRR), que o denunciou à Justiça no fim de 2023, afirma que as negociações criminosas eram feitas em seu gabinete na Câmara Municipal.

Ele e outras oito pessoas foram alvo da Operação Tânatos, deflagrada pela PF em 2022, que investigou uma organização criminosa especializada em tráfico interestadual. Conforme as investigações, Genilson Costa colaborava com o esquema colocando à disposição do grupo veículos para o transporte das drogas. À época, ele negou todas as acusações.