Combate à malária vai contar com médico infectologista fixo no polo-base de Auaris, na Terra Indígena Yanomami
Um médico infectologista vai atuar de forma permanente no combate à malária no polo-base de Auaris, na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima. Maurício Borborema é um dos 15 especialistas contratados pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS) para trabalhar no território.
A equipe contará ainda com ginecologistas, obstetras, médicos da família, pediatras, socorristas e sanitaristas.
“Sabemos que uma das principais vulnerabilidades no território são as doenças transmissíveis. Além do papel na retaguarda, temos a função pedagógica. Com a equipe, criamos normas e protocolos”, destaca Borborema. Para ele, o investimento em médicos especialistas é um dos principais avanços na saúde indígena nos últimos anos.
O gestor-executivo da AgSUS, Edson Oliveira, explica que a chegada da agência dá mais apoio para execução das políticas de saúde indígena.
“O território Yanomani é o primeiro a que chegamos com um plano emergencial para atender de forma complementar, sobretudo na média e alta complexidade”, pondera.
Ele salienta que a presença de médicos especialistas reduz a necessidade de remoção de pacientes para Boa Vista.
“O atendimento completo e específico dentro dos territórios é o adequado por respeitar e preservar os costumes deles”, conclui.
Queda nas remoções
A enfermeira-chefe do polo base de Auaris, Iarla Sousa, conta que o reforço na quantidade de profissionais já traz efeitos: a redução de remoções.
“Hoje, o indígena está sendo atendido em Auaris, dentro do território. Além disso, estamos recebendo insumos e medicamentos regularmente. O investimento, inevitavelmente, faz o número de adoecimentos cair”, completa.
Número de profissionais dobrou
O Ministério da Saúde planeja terminar 2024 com ao menos 80 médicos atuando no território Yanomami. Atualmente, são 1.497 profissionais na região. No início de 2023, eram 690.
O povo Yanomami possui a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas.