Automedicação em casos de dengue pode agravar complicações da doença
Com um aumento alarmante no número de casos de dengue pelo país, conforme dados recentes do Ministério da Saúde, a prática da automedicação se torna ainda mais preocupante. Somente neste ano, o Brasil já contabilizou mais de meio milhão de casos da doença, projetando-se um recorde nacional de 4,2 milhões até o final do ano.
É importante ressaltar que a automedicação, especialmente em casos de dengue, pode agravar significativamente a condição do paciente. A farmacêutica Kátia Tichota adverte que certos medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides, podem intensificar as complicações, incluindo hemorragias. Além disso, a automedicação mascara os sintomas, dificultando o diagnóstico preciso e, em alguns casos, podendo levar à subestimação da gravidade do quadro clínico.
Kátia Tichota, que também é professora de Farmácia da Estácio, destaca que a automedicação na dengue pode ter desfechos fatais, como o choque hemorrágico, levando à morte. Diante de qualquer suspeita da doença, é fundamental buscar atendimento médico imediato, evitando a automedicação e relatando todos os sintomas ao profissional de saúde para uma avaliação precisa.
Além disso, a enfermeira Sandra Bonilha, ressalta que os sintomas iniciais da dengue incluem febre abrupta, dores musculares, dor de cabeça, entre outros. Diante de qualquer sintoma, é recomendado aumentar a ingestão de líquidos e procurar assistência médica.
Para prevenir a propagação da dengue, é essencial eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, principalmente dentro de casa. Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou que 74,8% dos focos do mosquito estão nos domicílios, destacando a importância de inspeções semanais para identificar e eliminar possíveis criadouros, como vasos de plantas, recipientes com água parada e outros objetos que possam acumular água.
Sandra Bonilha enfatiza medidas preventivas, como manter recipientes de água bem fechados, eliminar recipientes propícios à reprodução do mosquito, manter ralos limpos e cobertos, e descartar adequadamente o lixo. Essas ações são fundamentais para conter a propagação da doença e proteger a saúde pública.